sábado, 18 de agosto de 2012

Acabei de chegar do Jubileu de Ouro da ACL




por Victor Coelho

     Fui, a pedido do meu irmão Glauber, representá-lo em uma homenagem da Assembleia Legislativa à Academia, já que pela lei eleitoral (pelo que foi dito) não permite nenhuma manifestação de cunho político. Acho até prudente para manter a neutralidade da própria instituição. Só estranhei a presença de toda a comitiva do PT lá, mas...
     Enfim... Cada um age e pensa como quer. Estava mais preocupado com o meu possível discurso ao prestar a homenagem. Fiquei escondidinho lá no fundo pensando  em uma estratégia, mas não vinha nada na cabeça.
     Por mais artista de teatro que eu seja, tinha certeza que minhas pernas iriam tremer diante de uma plateia tão intelectual. A começar pela composição da mesa: Sr. Athayr Cagnin, Dr. Solimar Soares, Isaura Theodoro, Moema Batista... Na platéia, vários rostos conhecidos: Célia Ferreira, Marilene Depes, Regina e Alcélio Monteiro, José Paineiras, Arnoldo Silva, Dra. Marília Mignone, Elyan Peçanha e, nada mais nada menos, Raul Sampaio.
     Quem chegou para me salvar foi Estelemar Martins. Pedi ao amigo que caridosamente entregasse a homenagem da Assembléia por mim e justificasse a ausência do Glauber. Graças a Deus ele atendeu prontamente o meu pedido.
     Resolvi ficar mais um pouco para prestigiar dois amigos e novos imortais Valquíria Volpato e Roney Moraes.
     Gostei muito dos discursos dos dois, mas achei interessante uma coisa no protocolo da solenidade: os novos membros fazem seus discursos homenageando seus antecessores.
     Foi aí que nasceu meu provável discurso! Se eu não tivesse 'fugido' da responsabilidade, teria discursado assim: "Boa noite senhoras e senhores. Estou muito feliz de estar aqui nesta solenidade representando o meu irmão, deputado estadual Glauber Coelho, parabenizando a Academia Cachoeirense de Letras pelos seus 50 anos de existência e contribuição cultural para o município. Sinto-me honrado em entregar esta homenagem da  Assembleia Legislativa aos confrades e confreiras aqui presentes.
     Eu também não sou bom no discurso. Acho que esse dom ficou todo com o Glauber.
Eu fiquei quietinho, lá no fundo do salão, aflito, pensando o que eu falaria aqui nesse momento. Aí eu raciocinei da seguinte forma: se eu não estivesse ali representando o Glauber, estaria prestigiando meus amigos (e meus fãs de teatro) Valquíria e Roney.
     Achei muito interessante o protocolo dos novos membros contarem resumidamente a história de vida de seus antecessores. Porém o mais interessante seria se cada um de nós aqui pudesse ouvir alguém contando nossa própria história.
     Imagina: Valquíria Volpato, cronista de diversos jornais, escritora de dezenas de livros, advogada, ex-presidente do Instituto Newton Braga, ex-vereadora (quem sabe!!!)....
     Roney Moraes, jornalista, psicanalista, teólogo, escritor, assim como Nelson Rodrigues torcedor do Fluminense, ex-secretário estadual de comunicação do governador Glauber Coelho (deixa eu sonhar!!!).....
Minha palavra para meus dois amigos é essa: vocês já estão escrevendo suas próprias histórias, e com certeza já estão gravados na história de Cachoeiro. Só que ainda tem muita folha em branco no caderninho das suas vidas. Continuem escrevendo suas histórias e se sintam orgulhosos daquilo que um dia seus sucessores contarão sobre vocês.
     Raul Sampaio retratou muito bem ao compor "meu pequeno Cachoeiro". Pequeno por aproximar as pessoas, pelas pequenas coincidências que nos levam a uma reflexão. Valquíria nasceu em 29 de dezembro, aniversário da minha mãe. Herdou a cadeira de Nelson Sylvan, que assim como eu foi ator de teatro. Roney herdou a cadeira de um ex-psicanalista como ele, que faleceu no ano que ele nasceu.
     Enfim... Não acredito em coincidências e sim em destino. Destino escrito pelo maior de todos os escritores: DEUS!

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Fiquei imaginando agora como seria alguém contando minha história.

Será que eu seria considerado um grande ator? Ou um empresário bem sucedido? Cachoeirense ausente? Imortal da Academia? Ou apenas conhecido como o irmão do
Glauber Coelho?