“...Eu não quero nunca mais seu endereço, ou é o começo
do fim ou é o fim..”, Vital Farias
Em meados da década de 1990 fui assistir ao show de Alceu
Valença, Geraldo Azevedo, Zé e Elba Ramalho no festival de Alegre. Era
lançamento do CD "O grande encontro" em 1996 e tinha acabado de
ingressar na faculdade em Cachoeiro de Itapemirim. Sozinho, estava concentrado
no espetáculo, onde cada um com seu violão se apresentava ora os quatro, em
duplas ou sozinhos. Entre uma música e outra, reconheci um colega de classe e
depois, para minha grata surpresa, outros "veteranos" vieram e continuei
a ouvir as canções, desta vez, acompanhado de um grupo de universitários, como
eu, na época.
O tempo passou e fiz grandes amizades na então Faculdade
de Filosofia, Ciências e Letras "Madre Gertrudes de São José", hoje,
Centro Universitário São Camilo. Gente de todo o estado vinha para estudar na
instituição. Mas, o tempo passou e cada um daqueles jovens seguiu seu rumo.
Alguns mantiveram contato e outros, até pouco tempo, nem, sequer, ouvi falar.
Tornei-me jornalista, analista, professor, escritor e
andei criticando, em várias ocasiões, as redes sociais, mas esta semana tive
que engolir seco e com o gosto amargo do arame farpado enferrujado essas
maledicências.
A internet foi capaz de reparar o erro que cometi há mais
de 10 anos: não manter contato com amigos tão queridos e que fizeram parte da
minha formação. A rede é sim capaz de aproximar e também de reaproximar indivíduos.
Por mais que tente negar, pessoas com quem já convivemos e dividimos
experiências podem nos encontrar nas redes sociais.
No princípio era o Orkut, MySpace, Friendster e Flickr.
Agora, estamos na era do Facebook e do Twitter, além do Pinterest, do Google+ e
muitos outros. Nessas redes, os graus de interação são os mais diversos e os
laços são construídos (e podem ser resgatados) de variadas formas e
intensidades. São criados grupos e círculos de amizade, onde o que mais importa
é estabelecer relações.
Li um artigo publicado por Hercília Diniz (desta vez fui
obrigado a concordar) em que ela diz "o
online encurta distâncias de forma virtualizada. Nesse sentido, as redes
sociais têm reaproximado pessoas que já não se viam há tempos, ou que as
mudanças da vida haviam separado. Quanto mais popular é uma rede, mais fácil é
a promoção do reencontro: o reatar de amizades não depende apenas de adicionar
um amigo. É preciso também tomar a iniciativa de puxar conversa e criar
situações para que o contato ultrapasse o online e vá para a vida real".
Após anos sem comunicação, e agora virtualmente
conectados, planejamos "O grande encontro" (da galera da Fafi do
Século XX - isso foi de propósito só para nos sentirmos mais velhos) para
início de dezembro. Até lá!