domingo, 16 de dezembro de 2012

Psicomotricidade e o desenvolvimento humano





(...) o corpo humano como sistema biológico é afetado pela religião, pela ocupação, pelo grupo familiar, pela classe e outros intervenientes sóciais e culturais” de modo que a experiência do corpo é sempre modificada pela experiência da cultura”, J. C. Rodrigues (1983).


 por Roney Moraes*

A psicomotricidade está presente em todas as atividades que desenvolvem o movimento das crianças, contribuindo para o conhecimento e o domínio de seu próprio corpo. Ela constitui-se como um fator indispensável ao desenvolvimento global e uniforme da criança, como também se a base fundamental para o processo de aprendizagem dos indivíduos.

Há duas vertentes da Psicomotricidade: a Psicomotricidade Funcional, que está relacionada às famílias de exercícios, e a Relacional que se fundamenta na Psicanálise e se utiliza do corpo como uma das vias principais da aprendizagem.

As práticas funcionais atuam basicamente no ato motor, não entendendo ou trabalhando o indivíduo como um todo. Essa atividade pode ser necessária em alguns momentos, mas não é tão eficaz quanto à psicomotricidade que trabalha o individuo em sua totalidade, unindo mente, corpo, cognição e afetividade.

O que sustenta o trabalho prático de um psicomotricista é sua linha teórica. Os estudos em outras disciplinas como a psicopedagogia, psicanálise e psicologia cognitiva ajudam neste avanço do conhecimento abrindo novas possibilidades dentro da Psicomotricidade, principalmente a Relacional.

Através do ato de brincar a aprendizagem e o desenvolvimento é potencializado, desta maneira o indivíduo consegue expressar sentimentos através do corpo, ampliando e diversificando seu vocabulário psicomotor.

A partir desta busca por mais qualidade no atendimento, foram sendo aprimoradas técnicas que até hoje são utilizadas para ver a própria expressão corporal do indivíduo para ajuda-lo a superar suas dificuldades.

Não existe limite dentro da expressão motriz. O limite está na própria criança. O psicomotrista parte daquilo que a criança sabe (brincar), e a partir do ato da brincadeira, do jogo, da fantasia e do lúdico é que se vai avaliar todo o processo da criança.

Portanto, brincar é o melhor remédio para que se tenha uma vida saudável, em termos funcionais, e intelectual e relação ao processo relacional.


*Jornalista, editor do portal folhadoes.com, psicanalista e professor doutor em Psicologia (Dhc) e Aconselhamento.