quinta-feira, 25 de julho de 2013

O Papa e as cinco frentes



“Você pode se levantar, pode subir; é difícil e o caminho árduo, mas é possível se você o quiser”, Papa Francisco.

O discurso do Papa, durante inauguração do Hospital São Francisco, na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro, contra a liberação das drogas, vem reforçar o trabalho que a Igreja faz dentro das cinco frentes da Pastoral da Sobriedade (prevenção, intervenção, recuperação, reinserção social e familiar e atuação política). "(...) quero repetir a todos vocês que lutam contra a dependência química, aos familiares que têm uma tarefa que nem sempre é fácil: a Igreja não está longe dos esforços que vocês fazem, ela lhes acompanha com carinho”.

O Papa diz que não é deixando livre o uso da droga, como se discute em várias partes da América Latina, que se conseguirá reduzir a difusão e a influência da dependência química. Nesta fala ele enfatiza a ação política como líder da Santa Sé ao contrário de alguns que propõem a liberação e maior esforço na prevenção. Claramente, a atuação política, na figura do líder da Igreja Católica, é o foco do discurso.

A proibição do uso de drogas lícitas (para menores) e ilícitas, por si só, é uma ferramenta para a prevenção. Algo que é proibido tem a conotação de ruim, e a Pastoral da Sobriedade nasceu de um desafio lançado pelo antecessor de Francisco, João Paulo II, a todos nós: lutar contra o flagelo da dependência química que assola tantas famílias de nossa sociedade.

Como já disse seu antecessor João Paulo II, em outra ocasião sobre o mesmo tema,“a igreja que quer atuar – e é o seu próprio dever – na sociedade como fermento evangélico, está e continuará sempre junto dos que enfrentam com responsável dedicação a praga social da droga e do alcoolismo, para encorajá-los com a palavra e a graça de Cristo. A droga é um mal e ao mal não se dá trégua”.

A intervenção é feita quando Francisco encorajou os dependentes que ainda não procuraram ajuda e disse que a Igreja e muitas pessoas estão solidárias com eles. Falou para olharem à frente com confiança.

O discurso de Francisco está revalidando os valores da Pastoral da Sobriedade. Ele disse que é necessário enfrentar os problemas que estão na raiz do uso das drogas, promovendo maior justiça, educando os jovens para os valores que constroem a vida comum, acompanhando quem está em dificuldade e dando esperança no futuro.

Para trabalhar a recuperação e reinserção social e familiar é necessário, como disse Francisco que “estendamos a mão a quem vive em dificuldade, a quem caiu na escuridão da dependência, talvez sem saber como, e digamos-lhe: Você pode se levantar, pode subir; é difícil e o caminho árduo, mas é possível se você o quiser”.

Promover a vida é o que o discurso repleto de atuação política, prevenção, intervenção, recuperação e reinserção tem o objetivo de oferecer aos jovens e a todos aqueles que precisam de esperança.