segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Muito prazer e boa viagem



“Um homem precisa viajar para lugares que não conhece. Para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos e não como simplesmente é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver ", Amyr Klink - Mar sem fim.

Por os pés na estrada é, sem dúvida, um desafio prazeroso. Deixar o conforto e confrontar o desconhecido nos faz desbravadores não somente de lugares, cidades, estados ou países, mas de nós mesmos. Crescemos com as novidades.

O melhor da viagem é o encontro. Talvez, antes, pensássemos que em algum ambiente “estranho” ao nosso mundo fossemos conhecer pessoas novas. As conhecemos, porém estão mais próximas do que imaginamos.
Viajar em grupo, por exemplo, é uma forma de socializar os custos e também rever e fazer novas amizades. Esta palavrinha tem um significado especial em “tempos de cólera”. A amizade retorna a ser fundamental. Conforme o momento, os afetos tendem a ser mais intensos quando necessitamos estar presentes em companhia do outro.

Talvez, a princípio, a intenção seja egoísta e solitária, mas observamos que a viagem nos transforma e permite o passo em direção à convivência das diferenças. Viajamos conscientemente para conhecer novos lugares e inconscientemente para encontrarmos quem nos é semelhante e diferente.

Sozinhos, viajamos o tempo todo. Com nossos pensamentos, entrando em conversas alheias sem saber do que se trata (na maionese, como dizemos por aí) e nos sonhos. Aquele que cai no sono e mergulha no mundo dos sonhos dá início a uma viagem dentro de si.

"A Psicanálise propõe mostrar que o Eu não somente não é senhor na sua própria casa, mas também está reduzido a contentar-se com informações raras e fragmentadas daquilo que se passa fora da consciência, no restante da vida psíquica...”, Freud.

Pelo impulso (id) colocamos o pé na estrada. Tentamos controlar os gastos e economizar para o retorno (superego) e voltamos preenchidos de sonhos, conhecimento e amigos, conscientes (ego) de que superamos o medo do novo e aproveitamos os sabores e as delícias da novidade. Como na vida psíquica sabemos os riscos, desafios e os prazeres de uma boa viagem.