sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Cada lugar na sua coisa



“Então disse Deus: ‘Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança’ [...] Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1.26-17).

Mas que criatura é essa? A pior espécie. Em nome de Deus os seres humanos cometem barbaridades, entretanto, a mais terrível é a tentativa de imposição legal sobre as crenças e descrenças alheias. Acredite quem quiser, ou, daqui a pouco, pelo andar da carruagem de fogo de Elias, não poderá arrenegar mais.

Enquanto estou na fila para comprar o skate voador que, segundo o filme De volta para o futuro II, será lançado este ano, me deparo com o pedido do deputado federal Marco Feliciano para desarquivar sua proposta de lei que torna obrigatório o ensino do criacionismo na educação básica pública e privada do país. Será que dei marcha à ré no Delorean?

Pensei (ainda pode?) que a escola seria lugar de ciência. Até acho bacana o ensino do criacionismo, mas na igreja. Dê a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. “Cada lugar na sua coisa”, como diz Sampaio em sua canção.

O ser humano é tão atrapalhado (ô bicho doido, meu Deus) que até quando tenta acertar atrapalha a obra divina. Tá, até aceito que o Todo Poderoso acendeu a faísca do Big Bang daí se fez luz. Entretanto, 15 bilhões de anos depois, os pastores querem retornar à idade das trevas? Quem vai se orgulhar disso? O Pai Eterno? Não, apenas os héteros, segundo os messias apocalípticos com mandato.


E não adianta me acusarem de blasfêmia porque eu retruco: “blasmacho!”. Mais orgulho hétero do que isso... Só uma reunião de bancada evangélica. Só digo uma coisa, lobos e pele de ovelha, Deus tá vendo!