César, movido pela Divina Providência, permitiu o cumprimento da profecia e Jesus nasce em Belém!
O nascimento de Jesus Cristo em Belém está previsto no livro de Miquéias, em cerca de 750 a.C. “Mas você Belém de Éfrata, tão pequena entre as principais cidades de Judá! É de você que sairá para mim aquele que há de ser chefe de Israel! A origem dele é antiga, desde tempos remotos...” Mq 5, 1. Qual o motivo que desencadeou o deslocamento de José da cidade de Nazaré, na Galiléia, para viajar por 122 quilômetros com Maria grávida montada em um “confortável” jumentinho? (quase o percurso entre Cachoeiro de Itapemirim e a capital Vitória no Espírito Santo) É aí o início da história.
“Naqueles dias, o imperador Augusto publicou um decreto, ordenando o recenseamento de todo império” Lc 2, 1. Muito bem, para início de conversa, César Augusto, cujo nome original era Otávio... Complicado? Nem tanto assim! Esse homem governou Roma de 31 a.C a 14 d.C. Seu nome era Otávio e adotou o título de César com intuito de homenagear seu antecessor Júlio e assim ganhar simpatia e carisma dos cidadãos romanos. Otávio autodenominou-se “Augusto”, ou seja, digno de veneração.
Por todo o “mundo civilizado”, onde o Império Romano exercia influência direta, seus generais e procuradores o clamavam filius dei (filho de deus) e, de acordo com o organizador e comentarista do livro “O Evangelho Reunido”, Ruanribe Pagliarin, esses procuradores e generais lhe dedicavam templos e cidades como Cesaréia, na Judéia, construída por Herodes, o Grande.
Foi justamente este venerável imperador que Deus utilizou para proclamar o decreto do recenseamento mundial. José deveria pensar que estava apenas cumprindo uma ordem de César, mas, na realidade cumpria a profecia de Miquéias. Ele foi obrigado a levar Maria porque ela também era descendente da casa de Davi, da tribo de Judá (um dos doze filhos de Jacó, ou Israel “aquele que lutou com Deus e com homens e venceu” Gn 32, 29) e Belém é a mesma cidade onde nasceu o Rei Davi e também, após muitas gerações, seu descendente distante, José.
Mas o que Belém tem de tão especial, além de ser a cidade natal do Rei Davi? A promessa. Deus não se esqueceu da promessa feita a Davi por meio do profeta Nata “a dinastia e a realiza dele permanecerão firmes para sempre diante de mim; e o seu trono será sólido para sempre” II Sm 7,16. Além disso, Beth lehem, em hebraico, quer dizer “Casa do Pão”. É lá que nasce, segundo o sexto capítulo do Evangelho de João, o Pão da Vida!
Pois bem, Deus moveu a atitude de um homem, que, além de se considerar um deus, por ganância (o imperador decretou o censo porque cobrava de cada pessoa um imposto chamado tributum capitis, equivalente a um dia de salário ou um denário per capta - O Evangelho Reuniodo, 2005, p 22). Otávio elaborou um decreto que acabou contribuindo para a Providência Divina, calculada minuciosamente por Deus Pai, que acabou enviando o casal José e Maria numa jornada protegida pelo Espírito Santo para a pequena mangedoura em Belém, onde nasceu Jesus.
