sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Novos horizontes, novas questões




“Nada é permanente, exceto a mudança”, Heráclito.


por Roney Moraes

Um olhar assim retrospectivo pode se tornar meio que melancólico. Apesar de gostar de coisas antigas, principalmente música, hoje estou propenso a ousar dar um salto para o futuro. Não vou desmerecer as conquistas, os avanços, os aprendizados, mas há uma ressalva: a vontade do ser humano pela mudança é constante.
O “novo” é causador de uma intensa mistura de possibilidades como a esperança, medo, expectativas e até atualização do que está estático. Isso é possível por meio de uma escolha. A vida é feita de escolhas. Ou a gente vai para frente ou volta, dá um passo atrás para dar dois para frente.  
Acompanhar os moldes políticos, culturais, educacionais ou até filosóficos significa uma busca constante por novidades. Novos horizontes, novas questões. A criatividade parte do coletivo e começa, justamente, no comportamento inovador. Parafraseando Fernando Pessoa: inovar é preciso, viver não é preciso. Por isso a escolha é pessoal. Cada qual com sua motivação, seus anseios. Quem fica parado é poste e ainda depende de outros para conceber iluminação. Somos iluminados por não sermos estáticos. Ter luz própria significa a posse dessa luz que envolve ideias, ideais e pensamentos propulsores que impulsionam para frente.  
Nesses tempos em que somos bombardeados de opiniões e informações, por meio da internet, deixar fluir a veia crítica se faz necessário. Aliás, sem autocrítica, a militância, seja ela qual for, se reduz a mera ignorância.
Temos que seguir um caminho. Não existe meio termo. Queremos novidades ou continuar parados no tempo? A paralisia mata. Mata os sonhos, mata os companheiros e companheiras, mata a utopia. O que seria de nós sem os sonhos? Sonhamos para realizarmos algo futuro e o futuro não passa do que pretensiosamente achamos que vai acontecer em algum momento distante do agora. Portanto, sem ação hoje não há futuro para ninguém, sob pena de permanecermos no ostracismo agonizante e, na maioria das vezes, até irritante.
Algumas questões devem ser consideradas neste caminho. O desvio é tentador e provocativo. “Verdades” serão sumariamente executadas em duplo sentido, com injúrias, de uma parte, e na própria extinção da mesma. Por isso, o olhar crítico se faz necessário e o tema solucionado pelo próprio expectador, sem deixar se levar por paixões ou por qualquer motivo que o impeça de progredir. E o progresso está em comunhão com a ousadia, oportunidade, inovação e, incontestavelmente, com a inovação. “Ousar lutar, ousar vencer”, disse Che Guevara uma vez pensando justamente no futuro e na mudança.
  
* Psicanalista, jornalista e membro da ACL.

roneyamoraes@gmail.com