"O psicoterapeuta não deve contentar-se em compreender
o doente; é importante que ele também se compreenda a si mesmo", Jung.
Combinei com a minha terapeuta que no domingo iria só fazer
coisas prazerosas. Deixar as preocupações, trabalho e estresse para a semana.
Acho que consegui, mas também tive que pedir ajuda aos “universitários”.
Já no feriado de sábado comecei com o pé direito. Churrasco
na casa dos amigos. É claro que falamos de coisas ligadas ao trabalho, mas, de
forma leve, sem pressões. No domingo, meu irmão foi almoçar conosco e depois
fomos a casa recém-construída de minha irmã caçula. Ela mostrava cada cômodo
como se fosse um castelo à parte.
Na volta, lá pelas 14h, perto da Ponte do Arco no bar do
Gambá, estavam Alcélio e Regina Monteiro. Paramos, eu e minha esposa, para
continuar o bate-papo que começara no sábado. De literatura, música,
jornalismo, psicanálise até neurociência, além, lógico, torresmo, futebol e
outras coisas.
Regina liga para Wagner Santos, antes, Ilauro Oliveira
aparece e senta com a gente. O domingo passou e ninguém viu se foi em direção
ao Baiminas, União ou se seguiu direto para a Rodovia do Frade. Só sei que a
conversa estava boa e ao fundo som de Belchior.
Queira ou não, a nossa existência se resume a uma sucessão
de instantes passageiros, uns bons outros ruins. Se neste mundo não há lugar
para as coincidências nem para as probabilidades, como pensa Haruki Murakami - 'Em
Busca do Carneiro Selvagem', não estaria vivo. O acaso tem dessas coisas,
promove encontros que, normalmente, revigoram a gente.
Um fato imprevisto de um encontro casual redondamente
redundante para ver se repetimos, por sorte ou destino. Pode ser combinado, não
ligo. No sábado, com Juliana, Felipe e Robson Sabadini brindamos “viva a vida”.
No domingo fechamos a conta e saímos no lucro.
Chegamos em casa e ouvi “Baião de Lacan”, voz de Leila
Pinheiro, por indicação do Ilauro. Ele e o Wagner, grandes entendedores dos
bastidores da política local só não entendem de futebol. São flamenguistas.
Acordei renovado na segunda-feira. Tirando as delicadas
mensagens “otimistas” pela derrota tricolor no Fla x Flu de domingo. Tudo bem.
Afinal, “eu vos digo que o melhor time é o Fluminense. E podem me dizer que os
fatos provam o contrário, que eu vos respondo: pior para os fatos”, Nelson
Rodrigues.