"Qual seria a sua idade se você não soubesse quantos
anos você tem?", Confúcio.
Não seria necessário um aparato de leis que obrigassem os
mais jovens a respeitarem os idosos. Era para ser uma questão moral. A maioria
das pessoas age como se ninguém fosse ultrapassar o limite imaginário das fases
da vida. O tempo não distingue classe social ou outra coisa semelhante.
Envelhecer não é o problema. Avançar com dignidade, sim.
A expectativa de vida da população na América Latina e no
Caribe aumentou 22 anos desde 1980, e a previsão é que continue crescendo nessa
mesma proporção até 2050. De acordo com o especialista em saúde, nutrição e
população do Banco Mundial, o boliviano Fernando Lavandenz, em 2035, o número
de idosos com 60 anos ou mais na região deve superar o de pessoas na faixa de 0
a 14 anos.
Mesmo sem estes dados, e já focando na qualidade de vida
daqueles que estão mais vulneráveis, destaco as iniciativas que valorizam o
idoso, como o Movimento de Cursilhos de Cachoeiro, que assumiu a direção do Lar
João XXIII; a Vila Aconchego, da dedicada e competente gerontóloga, Marilene
Depes e a Prefeitura de Mimoso que, junto com a Associação de Apoio Terapêutico
Reviver (AATR), assumiu a responsabilidade e arregaçou as mangas para que a Casa
Lar funcionasse de fato.
Já aprendemos muito com essas pessoas (do Cursilho, Vila Aconchego
e Casa Lar) como se deve tratar o idoso. Só pelo exemplo, sem estatuto ou
cartilha obrigatória. E poderíamos ir mais longe se voltarmos nossos olhos
esbugalhados para o oriente, que trata os seus com respeito e atenção pela
vasta experiência acumulada em seus anos de vida.
São tesouros vivos. Ao depararmos com o período clássico observaríamos
que o ancião sempre ocupava uma posição de destaque e era sinônimo de sabedoria
e admiração. Que voltemos nossos pensamentos para essas culturas para valorizar
o que se tem de bem feito. Um dia, quem sabe, eu e você estaremos mais
experientes e, ainda bem, que pessoas com espírito solidário sempre deixam o
seu legado.