"Uma
literatura que não respire o ar da sociedade que lhe é contemporânea, que não
ouse comunicar à sociedade os seus próprios sofrimentos e as suas próprias
aspirações, que não seja capaz de perceber a tempo os perigos morais e sociais
que lhe dizem respeito, não merece o nome de literatura: quando muito pode
aspirar a ser cosmética", Alexander Soljenitsyne.
É comum encontrarmos diversos textos (amenos) nos jornais
e atribuí-los a nomenclatura de crônica. Alguns dizem até que tudo é crônica.
Eu, particularmente, acho que crônica é algo que utiliza texto curto e de
linguagem simples. Está longe do meu estilo.
Sou do time cuspido e escarrado dos articulistas de
opinião, como o próprio nome já diz, é um texto em que o autor expõe seu posicionamento
diante de algum tema atual e de interesse de muitos, ou não.
É um texto dissertativo que apresenta argumentos sobre o
assunto abordado, portanto, o escritor além de expor seu ponto de vista, deve
sustentá-lo através de informações coerentes e admissíveis.
Logo, as ideias defendidas no artigo de opinião são de
total responsabilidade do autor, e, por este motivo, o mesmo deve ter cuidado
com a veracidade dos elementos apresentados, além de assinar o texto no final.
Uma característica muito peculiar deste tipo de gênero
textual é a persuasão, que consiste na tentativa do emissor de convencer o
destinatário, neste caso, o leitor, a adotar a opinião apresentada. Por este
motivo, é comum presenciarmos descrições detalhadas, apelo emotivo, acusações,
humor satírico, ironia e fontes de informações precisas.
Como dito anteriormente, a linguagem é objetiva e
aparecem repletas de sinais de exclamação e interrogação, os quais incitam à
posição de reflexão favorável ao enfoque do autor.
Outros aspectos persuasivos são as orações no imperativo
(seja, compre, ajude, favoreça, exija, etc.) e a utilização de conjunções que
agem como elementos articuladores (e, mas, contudo, porém, entretanto, uma vez
que, de forma que, etc.) e dão maior clareza às ideias.
Geralmente, é escrito em primeira pessoa, já que trata-se
de um texto com marcas pessoais e, portanto, com indícios claros de
subjetividade, porém, pode surgir em terceira pessoa.
Então, não confundam. Não sou cronista!