"O
tempo cronológico é apenas o tempo que passa. Mas a experiência do tempo não
passa tão simplesmente, somos nós que passamos por ela", Márcia Tiburi.
Rubem Braga continua sendo fascinante. Nos
bastidores da V Bienal Rubem Braga, antes da mesa (ou debaixo dela) "A
formação do pensamento crítico na literatura", conversava com os
escritores Paulo Franchetti e Márcia Tiburi sobre algumas coisas de Cachoeiro e
as crônicas do velho Braga de minha preferência. Eis que surge "Eu e Bebu
na hora neutra da Madrugada".
Paulo disse, na ocasião, que por ser o diabo em
pessoa o fiel escudeiro do cronista no texto, durante um dia inteiro, que se
tratava de um conto. Ora, verdade seja dita, Bebu (apelido dado a Belzebu por
Rubem Braga) pode até não existir, mas e
a "hora neutra"? Sem sombra maligna nenhuma de dúvida... Até os
incrédulos podem perceber que existe! É um momento propício para introspecção,
produção e leitura. A diferença é que em "minha hora neutra" nenhum
ser natural ou sobrenatural me incomoda.
Márcia escreveu um texto, publicado em 2007,
intitulado "O desejo do tempo". Brilhantemente, utiliza uma
referência de Santo Agostinho: "o tempo é algo complexo demais, sendo
muito difícil para cada um explicá-lo. Tanto quanto é fácil de entender, pois
estamos nele desde sempre". Ela conclui a reflexão dizendo que tempo nos
possui e não o contrário.
Entretanto, conforme o diálogo sinistro de Rubem
Braga com o próprio coisa ruim, "a madrugada tem uma hora neutra que há
muito tempo observo. É quando passo a tarde toda trabalhando, sem parar, e
depois ainda trabalho até a meia-noite na redação. Estou fatigado, mas não me
agrada dormir. E aí que vem, não sei como, a 'tal hora neutra' da madrugada".
E não adianta
cantarolar "O tempo não para", de Cazuza. Na "hora neutra"
para. Há testemunha, mas ninguém que conheço vai querer acareação com o dito
cujo. A não ser que, quando amanhecer, em vez de dormir vá a alguma igreja
macedônica, feliciânica ou malafaica.
Prefiro
acreditar em Rubem. Se ele observou, a "tal hora neutra", está
observado e ponto.
No dia 02 de outubro, na Centro Universitário São
Camilo, das 08 às 12h, Acontece o I Seminário sobre Diversidade de Gênero.
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Feira
literária
A Feira Literária da Escola Anacleto Ramos foi um
sucesso. Vários escritores cachoeirenses prestigiaram o evento, as
apresentações e conversaram com os alunos. Destaque para oficina de mangá. Os
estudantes dos sextos e sétimos anos do ensino fundamental reproduziram
fotografias de autores cachoeirenses em estilo japonês.
Moxuara
em São Pedro
Melodias de viola caipira, tambores de congo,
músicas bolivianas, além de ritmos bem brasileiros estarão no palco
Dominguinhos, em São Pedro do Itabapoana, no próximo dia 27 de setembro. É que
o grupo Moxuara, de Cariacica, será atração do programa Vem Viver o Patrimônio.
A banda capixaba está patrocinada nesse evento pela Secretaria de Estado da
Cultura – Secult e promete embalar o público a partir das 22h do sábado, 27,
com o "Aventura", álbum que inspira o show, que foi idealizado para
ser o elo entre a tradição e a modernidade, para valorizar, divulgar e
popularizar uma música que retrata a alma do povo brasileiro e reproduz o
encantamento das cidades do interior.
Trio
de ouro
Trio de ouro e de distribuição de Ippons do Judô
Clube Cachoeiro. Valeu Igor, Samara e Felipe. Sucesso e Campeões no 46º Torneio
Periquito de Judô realizado em São Paulo nos dias 12 e 13 de setembro. Venceram
todas lutas por ippon. Perfil eclético
Paranauê!
Neste fim de semana, Cachoeiro de Itapemirim recebe
mais de 400 capoeiristas, de diversas cidades da região Sudeste do país, para o
VI Encontro Nacional Mocambos Capoeira: Rufar dos Tambores. O evento, que
começou ontem, vai até domingo (28), em três bairros do município: Gilson Carone,
Centro e Alto Coramara.
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Eclético
Alex Krüger (músico, cantor,compositor e poeta),
nascido em Califórnia, distrito de Santa Leopoldina, atualmente reside em
Cariacica há 25 anos. Tem um estilo eclético que vai do blues, rock e percorre
ainda o regional, além de sempre utilizar
repertório próprio.
Não é por menos. Suas referências são Raul Seixas,
Zé Ramalho, Zé Geraldo, rock nacional, Celso blues boy, Led Zeppelin, Deep
Purple, Black Sabbath, Ruch, entre outras.
Contato: alex.zerohora@hotmail.com
Contato: alex.zerohora@hotmail.com
Na
estante:
Thalassa - Ensaio sobre a teoria da genitalidade -
Sándor Ferenczi
Ferenczi publicou este ensaio sobre a teoria da
origem da vida sexual em 1924, após alguns anos de reflexão sobre o tema que o
interessava muito.
Impressionado pelos "Três ensaios sobre a
teoria da sexualidade", de Freud, que traduzia para o húngaro nos momentos
de folga durante seu serviço militar, Ferenczi resolveu aplicar certos modelos
psicanalíticos ao estudo da fisiologia dos órgãos, das partes de órgãos, dos
tecidos, enfim. Trabalhou também no sentido inverso, utilizando conhecimentos
tirados do campo da biologia para compreender fenômenos psíquicos. Resultou daí
este romance de ficção "bioanalítica" onde Ferenczi traça as grandes linhas
de uma teoria da genitalidade.
Bate-papo
O escritor Marcelo Grillo é o próximo convidado para
a sabatina com os alunos da Escola Estadual Professor Francisco Coelho Ávila
Júnior.
Música (de qualidade, claro!)