“A linguagem política, destina-se a fazer com que a mentira soe como verdade e o crime se torne respeitável, bem como a imprimir ao vento uma aparência de solidez”.A repercussão da matéria intitulada "Idosos podem ir para rua em Mimoso", assinada por mim, causou um certo desconforto por parte da chefe do executivo do município. O compromisso da matéria jornalística é com os fatos, nada mais além disso, muito menos ataque pessoal como tentou se vitimizar em postagem mais recente. Não esqueçamos que as vítimas são os idosos, deficientes e também os colaboradores.Reitero que demitir os funcionários das casas lares será a primeira ação, caso não haja acordo entre as partes. Este tipo de sugestão não é maldosa, muito menos politiqueira, até porque, volto a repetir, não tenho nada pessoal contra a prefeita, apenas relato os fatos e as angústias dos colaboradores da AATR.Sabemos que a municipalização dos serviços de saúde vem sendo feita sem uma participação efetiva do estado no financiamento, e sem uma política de cooperação e apoio técnico aos municípios, particularmente aos de pequeno e médio porte, que acabam ficando privados de exercer um bom serviço ou quase nenhum de alta complexidade.Os repasses para os municípios são insuficientes. Então dizer que a prefeitura vai assumir a gestão dos serviços é uma ação, como diz o post dirigido à crítica ao texto publicado, "politiqueira" ao estilo Maria Antonieta (rainha que perdeu a cabeça na Revolução Francesa).A intenção pode até ser boa, mas está longe de ser a mais racional, uma vez que a própria municipalidade procurou a entidade para gerenciar os cuidados com os idosos que não tinham para onde ir quando a intervenção dos asilos foi realizada.Assumir um trabalho sem condições para mantê-lo é, no minimo, irresponsável. Podendo sim acarretar num serviço aquém do realizado pelo projeto Reviver e com grandes possibilidades dos idosos e deficientes assistidos irem para a rua.Eu disse "possibilidade" não afirmei, em momento algum, que o término do convênio com a entidade acarretaria tal tragédia. Mas, a possibilidade disso acontecer beira os 80%.Quantas vezes, nós jornalistas, somos vilipendiados por detentores de mandatos que se fazem de vítima por tomarem decisões equivocadas ou não cumprirem com compromissos firmados.Lamento se o texto, baseado todo na postagem anterior da própria prefeita, não agradou. Afinal, “jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade”, George Orwell.
"Se a boca se cala, falam as pontas dos dedos", Freud.