"O escritor é alguém que permite que as palavras tornem-se uma orquestra da qual ele é o maestro", professor David.
Nesta segunda-feira (25) comemora-se o Dia Nacional do
Escritor. Com o advento da internet e redes sociais, eles ganharam vários
espaços para publicação. Contudo, há os que defendem, incondicionalmente, os
livros impressos. Seria necessário, então, buscar novos meios de manter a
literatura viva nas novas gerações e permear a necessidade de ler livros? Ou a
internet cumpre este papel? Com a palavra especialistas no assunto:
Segundo a jornalista e cronista Anete Lacerda, as redes
sociais democratizaram tanto a escrita quanto o acesso à leitura. Mas também
abriram espaço aos que escrevem apenas para si mesmos, para suprir vaidades e
egos. E se o escritor não alcança o coração do leitor, seja ele real ou
virtual, que validade terá sua escrita? Questiona.
“Creio que os livros impressos interagem com as novas
mídias. Leio de qualquer jeito, mas o cheirinho das páginas novas de um livro
não tem preço. Para mim, torna a leitura muito mais prazerosa. Mas dizem que
estamos na época da convergência. Então que venham os livros, sejam eles impressos ou virtuais”, completa
Anete.
De acordo com a escritora Marilene Depes, que é membro da
Academia Cachoeirense de Letras (ACL), os livros impressos são como algo
familiar.
“Aqueles com os quais tenho maior afinidade ficam na
cabeceira e estão cobertos por grifos. Quanto a mídia virtual sou totalmente
favorável porque atinge mais os jovens.
Para Marilene, o importante é a leitura, seja lá onde ela
se apresente. Ela diz que o livro impresso não inviabiliza o virtual e
vice-versa.
A cronista Paula Garruth fala: “escrevo para não morrer
sufocada do meu silêncio. Ou não engasgar com as dores e alegrias minhas, do
outro ou as que somente imagino. No papel ou no mundo virtual, não importa.
Importa sim atingir o meu leitor e fazer, de alguma forma, ele enxergar com os
meus olhos”.
O escritor e membro da Academia de Artes e Letras de
Marataízes, José Carlos Gualberto, ressalta que é preciso dizer que o advento
da internet no mundo tornou-se uma grande necessidade de uma sociedade cada vez
mais globalizada e refém da comunicação na grande rede.
“Porém, uma constatação
sobre o tema nos reporta à necessidade de se manter viva a leitura nos
livros, trata-se dos comodismos linguísticos, cujo linguajar ‘internetês’
infiltrado na necessidade da comunicação cada vez mais rápida e dinâmica tende
a ignorar as grafias corretamente escritas nos livros causando um vício grave
na escrita”, alerta.
Para o escritor, tudo isso tem feito com que as linhas
dos cadernos de redação nas escolas ganhem erros absurdos oriundos das manias
gráficas lançadas nas comunicações em redes sociais
“É preciso, portanto, buscar metodologias modernas para
que não percamos o gosto, mas, sobretudo, o poder da leitura dos livros”,
finaliza José Carlos.
O dia
O Dia Nacional do
Escritor surgiu em 25 de julho de 1960, através de João Peregrino Júnior e
Jorge Amado, quando ambos realizaram o Primeiro Festival do Escritor
Brasileiro, que foi organizado pela União Brasileira de Escritores.
O presidente da Academia Cachoeirense de Letras (ACL),
David Alberto Lóss, ressalta neste dia que os escritores são aquelas pessoas
cujo talento e sensibilidade lhes permitem gritar ao mundo enquanto estão bem.
Dizer, mesmo que não seja para ninguém quando algo lhe fere. O escritor tem o
prazer e a satisfação de compartilhar com alguém o que pensa.
O escritor é alguém que permite que as palavras tornem-se
uma orquestra da qual ele é o maestro.
Incentivo
O Brasil conta com mais de trinta projetos de incentivo à
leitura, bem como diversas bibliotecas públicas e com acervos riquíssimos. O
Plano Nacional do Livro e Leitura é um dos projetos mais importantes no meio
literário, pois, ele oferece apoio a novos escritores, defende os direitos
autorais, investem em traduções, além de outros benefícios para os Escritores e
para a literatura brasileira como um todo.
No Espírito Santo, os editais da Secretaria de Estado da
Cultura (Secult) contempla obras literárias. Em Cachoeiro de Itapemirim, a Lei
Rubem Braga cumpre esta finalidade. 25 obras foram publicadas até o ano
passado, de acordo com a Secretaria Municipal de Cultura.
A prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim abriu, no início
do mês, novo edital da Lei Rubem Braga, para financiamento de projetos
culturais. As inscrições podem ser feitas até o dia 12 de agosto, na sede da
Secretaria Municipal de Cultura, na praça Jerônimo Monteiro (Centro), de
segunda a sexta, das 8h00 às 12h00 e das 14h00 às 18h00.
As propostas inscritas serão avaliadas por acadêmicos e
membros reconhecidos da classe artística capixaba. O edital completo foi publicado
no Diário Oficial do Município no dia 28 de junho, que está disponível no site
www.cachoeiro.es.gov.br. Mais informações: (28) 3155-5334.
Fonte: www.jornalfato.com.br