domingo, 30 de agosto de 2009

Cascalho que é bom, nada


“Devo, não pago e nego enquanto puder”.

Fixar uma data para quitar as contas particulares se tornou impossível para os servidores públicos municipais de Cachoeiro de Itapemirim. Pela segunda vez, a prefeitura atrasa o recebimento dos salários dos trabalhadores.
Aluguel de casa, prestação de móveis, eletrodomésticos e até o lazer do final de semana, tudo isso foi pras “cucuias”. Não adiantou muito reter o dinheiro dos aposentados com dívida ativa, afinal, a crise continua..., segundo os petistas.
O que ouço pelas ruas e nos grupinhos de servidores é que o PT está certo. “Ora é Partido dos Trabalhadores e não PG (Partido do Pagamento)”.
Antes, o cronograma funcionava igual um intestino, após uma rodada de iogurte Actívia ou comprimido de lactopurga, como um reloginho. Agora o pessoal fica só na esperança de ver o contracheque recheado no fim do mês.
A prefeitura vai pagar na quarta-feira. Eles até que estão dentro do prazo de cinco dias úteis para efetuar o depósito do “faz me rir”, mas, seria melhor que os funcionários públicos soubessem com antecedência quando vão receber para não ter que explicar que “nariz de porco não é tomada” aos credores.
Mas ainda sim acham que isso é normal. Imaginem vocês meus três leitores e meio (Mamãe, meu irmão, o vizinho e o anão que cata papel perto da minha casa) se faltando três dias para o pagamento o patrão dissesse que só daqui a cinco dias você poderia sacar seu saldo na boca do caixa? Não ia ser nada bom, mas foi o que aconteceu.
Se a arrecadação não aumentar a previsão é de que esse cronograma fixo nunca venha, de fato, acontecer. A própria administração anunciou que, se for necessário, vai atrasar o pagamento dos servidores novamente.
No início da semana passada o prefeito assinou decreto reduzindo em 20% o orçamento das secretarias municipais para garantir o funcionamento da máquina pública até o final deste ano.
Antes de medidas desesperadas e última hora, por que o Poder Executivo não senta (sem ser no colo) com o Poder Legislativo para antecipar um cronograma que respeita realmente os trabalhadores? Ao contrário do que deveriam ser, essas conversas de bastidores só servem para os políticos aumentarem o próprio salário, o resto que se dane.