"Quem não se
ocupa de política já tomou a decisão política de que gostaria de se ter poupado:
serve o partido dominante", Max Frisch.
por Roney Moraes*
Estava no centro da cidade. Tomei
um café no Mourad’s para saber das novidades políticas (se houvesse alguma).
Saí e fui andando pela Rua Capitão Deslandes. Com fome parei numa lanchonete e
pedi um pastel de carne. Acompanhado da esposa, que queria um de queijo, o
rapaz disse que pastel de massa grossa só teria de carne com queijo. Comprei,
comi e não me arrependi.
Após degustar o lanche da tarde
lembrei de um bate-papo no Facebook com a advogada e escritora Valquiria
Volpato, onde, muitos estavam criticando a aliança “Suprapartidária” que tem
como candidatos a prefeito e vice Glauber Coelho e Dr. José Renato,
respectivamente. Para amenizar a acalorada discussão comparei a aliança
política com um cachorro quente. Coberto com tudo que tem Direito! O pão do PR,
a salsicha (Sadia) do PSB, o queijo do PMDB, as ervilhas do DEM, o milho o PPS,
a maionese do PP, o ketchup do PSC, a mostarda do PMN, as uvas passas PSD, o
cenoura do PSDC, a batata palha PRTB, o ovo de codorna do PTC e a cereja, só
pra contrariar, do PC do B!
Outra questão comentada na rede
social foi sobre um tal de “discurso imparcial” (sic). Primeira e única aula:
não há discurso imparcial. Os imparciais são como as lagartixas que vivem em
busca de insetos para alimentarem-se em cima dos muros. Do meu pastel ou do hot
dog não terão, sequer, as minhas migalhas. Claro que estou formalizando o
discurso político. Este discurso, diga-se de passagem, é totalmente parcial.
Dizem os desavisados que 13 é número
de partidos da coligação contrária à do PT e que isso indica a vitória dos
governistas. Ora, ora meus caros intrépidos inexperientes comentaristas que
nunca participaram de uma eleição, de fato. Lembro, como se fosse ontem, a
vitória do PMDB em 2004 com 14 mil votos de diferença sobre o PTB, e adivinha
qual o número dos petebistas? Quanto a isso não preciso dizer mais nada.
Como a massa grossa, com queijo e
carne, misturada deu certa, não vejo nada que impeça uma aliança local entre
partidos políticos que visam a disputar o pleito em pé de igualdade com a
máquina administrativa. Fala-se muito em financiamento público, mas enquanto
isso não acontece quem está no poder é favorecido pelas “obras de última hora”
causa de impacto concreto perante o povo que hoje, graças a Deus, não pensa
como antes. Ninguém é bobo. Como todo mundo aprendeu a jogar bola, no jogo
político não é diferente.
A recente democracia já está
caminhando para fase adulta e a polarização entre o atual prefeito e o deputado
estadual nas eleições de Cachoeiro de Itapemirim é prova de que jovens
lideranças apareceram no cenário que antes era dominado por um ciclo de décadas
no poder. Quanto ao apoio dos ex-prefeitos... Quem disse que não queria é
hipócrita. Perguntem à administração se não estavam nos planos deles o PMDB de
Roberto Valadão? Claro que estava.
A aliança em que figuram
Theodorico de Assis Ferraço, José Tasso e Roberto Valadão resolveu apoiar
Glauber Coelho. Deixar de participar do pleito eles não iriam mesmo. Por favor
parem de demagogias infantis. A lógica é que quanto mais candidatos melhor para
o atual prefeito. A polarização equilibra a disputa. É mano a mano, mano!
*Psicanalista,
jornalista e professor