quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Não há jornal do dia seguinte



"Conhecer como o leitor interage com o conteúdo, seja ele texto, foto, vídeo, comentário, infografia ou um post em uma rede social, é uma das grandes facetas dessa nova cultura". 

Após o grupo Estado acabar com a versão impressa do “Jornal da Tarde”. Podemos dizer que o bordão de fim de ano da Rede Globo realmente está para acontecer. “O futuro já começou”. O investimento em inovações tecnológicas pelas editoras é inevitável, apesar da conta dos investimentos em inovação e criação de aplicativos de distribuição de conteúdo digital continuar ainda sendo paga pelas edições impressas.

"O total de brasileiros que se conectaram à internet cresceu 10% em setembro na comparação com o mesmo mês de 2011, chegando a 50,9 milhões. Os dados foram divulgados pelo Ibope Nielsen Online. Esse número representa aproximadamente 71% das 70,9 milhões de pessoas que têm acesso à internet em casa ou no trabalho no Brasil. O total de brasileiros que se conectaram à internet cresceu 10% em setembro na comparação com o mesmo mês de 2011, chegando a 50,9 milhões".

Já está se aproximando o tempo em que os jornais impressos não serão mais rendáveis. A logística da impressão e distribuição não acompanha a velocidade das informações despejadas nos sites e redes sociais hoje. Não há jornal do dia seguinte. Essa é a verdade. Agora, saber reconhecer essa transição e utilizar os mecanismos disponíveis para ela de forma responsável cabe aos donos dos jornais.

Segundo artigo publicado no site da Associação Brasileira de Jornalistas, a mudança de mentalidade em relação ao conteúdo gratuito nos meios digitais ganhou força com o lançamento do iPad, no início de 2010. O conceito de loja de aplicativos mostrou que há disposição das pessoas em pagar pelo conteúdo. Por outro lado, o tablet trouxe mobilidade de fato à edição impressa.

Estudos recentes mostram que em 2020, cerca de 3 bilhões de pessoas em todo o mundo estarão conectadas à internet via celulares. Em poucos anos prevê-se que todo cidadão estará conectado com algum tipo de dispositivo móvel. Mais uma vez, os jornais terão que investir para encontrar o modelo de negócio que pode ser aplicado aos celulares e também para capturar a atenção desse público de consumo de conteúdo fragmentado.

No texto publicado por Vera Brandimarte e Raquel Balarin, elas afirmam que “conhecer como o leitor interage com o conteúdo, seja ele texto, foto, vídeo, comentário, infografia ou um post em uma rede social, é uma das grandes facetas dessa nova cultura. Mas a mudança vai além. Há consultores que têm ajudado as empresas de comunicação a entender como age psicologicamente um leitor ao escolher uma entre as várias opções atuais de pacotes de assinaturas”.

Portanto, a era digital para os jornais começa cheia de ferramentas. No momento ainda fomentando a edição impressa, porém essa alimentação vai custar cara ao jornal de papel, que, futuramente, será apenas de registro. Sem nada de novo, pois o leitor já sabe o que vai ser publicado. Desde ontem.