sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Cem anos de Rubem Braga




"Eu considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d'água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas", RB.

Se estivesse vivo, o ilustre cachoeirense, Rubem Braga, completaria, neste sábado 100 anos. Considerado o “pai da crônica moderna”, elevou o gênero ao status literário, sendo a crônica a “parte humana do jornal”.

Para comemorar a data especial, a escritora e coautora do  livro “O jornalismo literário de Rubem Braga na Guerra”, Claudia Sabadini, estará presente na Casa dos Braga, em Cachoeiro de Itapemirim, para um café literário. Na pauta a obra escrita em parceria com o jornalista Rondinelli Tomazelli. O evento está previsto para começar às 8h.

As atividades continuam na segunda-feira (14), em reunião solene realizada também na Casa dos Braga, a partir das 19h30, com a participação do Conselho Municipal de Cultura, da Academia Cachoeirense de Letras e de autoridades. Na ocasião, serão anunciadas outras ações comemorativas a serem realizadas ao longo do ano.

A noite também será marcada pelo lançamento do edital 2013 da Lei Rubem Braga e pela entrega, para bibliotecas públicas, de livros produzidos com apoio da lei nos últimos anos. A cantora Duda Felippe fará uma apresentação no encerramento. Todas as atividades são abertas ao público.

De acordo com Henrique Alves, “Sabiá da crônica”? Rubem detestava o apelido. “Prefiro ser um urubu, ave maior e mais triste”, resmungava. Houve um período em que o jovem Ivan Lessa - filho de Orígenes e Elsie Lessa e então novo companheiro dos bares da vida do cronista - assim o aclamava: “Salve o sabiá da crônica!”. Ao que Braga devolvia: “Sabiá? Vira-bosta da crônica, isso sim!”.

Um câncer de laringe nos levou Rubem Braga. A doença foi diagnosticada no início de 1990, num exame de rotina. Ele recebeu a notícia sem dramas nem alarmes. Recusou tratamentos. Morreu de insuficiência respiratória às 23h30 em 19 de dezembro de 1990 num quarto do Hospital Samaritano, em Botafogo (RJ). O corpo foi cremado e as cinzas lançadas no Rio Itapemirim.