terça-feira, 27 de agosto de 2013

Cuba sim, ianque não!



“Somos médicos por vocação, não nos interessa um salário, fazemos por amor”, Dra. Milagro.

A vida me deixou um tanto invencível. Um tanto não, muito... Às vezes. Mas, de repente, um sentimento de indignação, que começa com calafrio na espinha, faz minha cabeça contorcer. É vergonha! Acho que só um psiquiatra cubano talvez possa resolver. Sim. Após as hostilidades de alguns médicos tupiniquins resolvi que vou consultar com minha carteirinha do SUS onde os melhores médicos do mundo estiverem. Estou falando dos cubanos, claro, sem desmerecer meia dúzia de brasileiros.

O Revalida (que vá para casa do c@r@lh%) é realmente capaz de avaliar a dimensão libertadora da medicina cubana? Creio que não, meus camaradas.

Quando o programa “Mais Médicos” começar a apresentar a que veio a falácia conservadora contra a integração latino-americana sofrerá um revés tremendo. Anotem! Contra os médicos cubanos estão os reacionários, por isso se faz necessário travar uma batalha fora do centro cirúrgico. No campo das ideias, primeiramente, segundo o jornalista Beto Almeida, em defesa da Revolução Cubana como uma conquista de toda a humanidade.

Cuba, antes de 1959, era abandonada de dentro para fora, como o cérebro de alguns revoltosos no aeroporto recepcionando aqueles que vieram para ajudar. E não adianta reclamar. Está no sangue o impulso de servir.

“Em 1963, quando a Revolução na Argélia precisou, iniciou-se a prática de cubana de enviar brigadas médicos aos povos irmãos. Ensanguentada pela herança da dominação francesa, a Revolução Argelina encontrou em Cuba a fraternidade concreta, quando ainda não havia na Ilha um contingente médico tão numeroso como o existente atualmente. Quando Angola foi invadida por tropas do exército racista da África do Sul, baseado nas supremas leis do internacionalismo proletário, Agostinho Neto, presidente angolano, também médico e poeta, solicita a Fidel Castro ajuda militar para garantir a soberania da nação africana. E sob a ameaça de uma bomba atômica, que Israel ofereceu à África do Sul, argumentando que as tropas cubanas tinham que ser dizimadas porque pretendiam chegar até Pretória… Na heróica Batalha de Cuito Cuanavale lá estavam as tropas e também as brigadas médicas de Cuba, que se espalharam por várias pontos de Angola”, conta Beto em seu artigo. 

A vitória de Angola e da Namíbia contra a invasão da África do Sul, foi também a derrota do regime do Apartheid. O próprio Mandela disse que “a Batalha de Cuito Cuanavale foi o começo do fim do Apartheid.  Devemos o fim do Apartheid a Cuba!”.

A investigação profunda do jornalista revela que a cooperação entre Brasil e Cuba em matéria de saúde não está iniciando-se agora. Durante o governo Sarney, em 1986, foram as vacinas cubanas contra a meningite que permitiram ao nosso país enfrentar aquele surto.

“A presidenta Dilma tem inteira razão em convocar os Médicos Cubanos, algo que já poderia ter sido feito há mais tempo, amenizando a dor e o sofrimento de milhões de brasileiros abandonados por um sistema de saúde e por uma mentalidade de parcelas das representações médicas que, por mais absurdo que pareça, ainda tentam justificar este abandono”, ressalta.

A declaração da Dra. Milagro Cárdenas Lopes, cubana, negra, 61 anos vale deixa por terra todos os insultos e injúrias contra os cubanos: “somos médicos por vocação, não nos interessa um salário, fazemos por amor”.

Por fim, saio da sala de espera com "Canción por La Unidad Latinoamericana", de Pablo Milanez:

“O que brilha com luz própria , ninguém pode apagar
Seu brilho pode alcançar a escuridão de outras costas
Que pagará este pesar do tempo que se perdeu….
Das vidas que nos custou e das que nos podem custar...
O pagará a unidade dos povos em questão….
E a quem negar esta razão, a história condenará…”

Estamos aqui presenciando mais um capítulo da história... De revolução na saúde do Brasil!