sábado, 21 de dezembro de 2013

Confraternizar sem exagerar



“Que o Natal seja sempre a busca no seu coração, plantando o amor no consumo da verdadeira paz”, Erasmo Shallkytton.


Está chegando o Natal. Afinal, para agradar os parentes e amigos hoje em dia, não basta apenas um presente entregue pelo próprio Papai Noel. Em muitas famílias, passou ser necessário cumprir uma lista de presentes exigidos. Será este, de fato, o melhor caminho para promover a felicidade nesta época do ano?

Na verdade, a época natalina é exatamente a oportunidade que os adultos podem e devem aproveitar para ensinar as crianças sobre as questões prejudiciais que envolvem o consumismo exagerado.

Apesar disso, não é necessário passar valores negativos em relação aos presentes. Pelo contrário, é importante estimular a troca destas lembrancinhas, mostrando a eles o valor da confraternização, da indicação de carinho mútuo.

O Natal é sim uma época de festividades, união com a família, momento para rever alguns conceitos e analisar os fatos ocorridos durante o ano. Para os cristãos esse período tem um significado singular.  Ainda há aquele toque cristão, que nos faz lembrar do nascimento de Jesus Cristo. Foi este o motivo que manteve a festa viva por várias gerações.

De certo que o consumo exagerado é perigoso. É patológico. A ideia de consumo conspícuo foi introduzida por Veblen em 1899 para designar a atitude da classe média norte-americana interessada em adquirir produtos e bens com a função de assinalar sua posição social como classe “emergente”.  O processo de escolha soa vulgar, a decisão de compra figura imprópria, a performance de uso é inautêntica, e o conjunto cai como exibição.

Signo de ascensão social e luta por reconhecimento, o consumo é percebido como um mal necessário. A parábola da colmeia (Mandeville, 1714) estabelece a relação liberal canônica entre vícios privados e benefícios públicos. É a falsa escolha forçada pelo consumo progressivo de bens inúteis para ter a ilusão de que se faz parte de uma cultura de subsistência.

Controvérsias à parte, o Natal sempre foi e será tema para diversos campos do conhecimento, seja em análise econômica, teológica ou psicológica. De fato, o Natal é época de comemoração e consumo, mas sem exageros.