sábado, 14 de dezembro de 2013

Há vida antes, durante e depois da morte



“Existem momentos na vida da gente, em que as palavras perdem o sentido ou parecem inúteis, e, por mais que a gente pense numa forma de empregá-las elas parecem não servir. Então a gente não diz, apenas sente”, Freud.

Há vida após a morte? Este questionamento tem encabeçado gerações de crentes e descrentes, sobretudo no que diz respeito à pergunta: “para onde vamos?”. Eu respondo. A lugar nenhum... Enquanto estivermos vivos. Uns, de forma especial, conseguem deixar rastros de sua passagem por este plano. Não que haja algum esquema, testamento, inventário ou planejamento de viagem, mas são pessoas admiráveis que permanecem vivas na memória dos que ficam e em suas obras.

Mas, a resposta para pergunta complexa acima é simples. Sim. Existe. Há vida, mesmo que sentida, antes, durante e depois da morte para os que ficam. A sensação de perda (luto) é um sentimento que, inegavelmente, mais cedo ou mais tarde todos experimentarão, pois todos se defrontam com a morte de alguém querido durante a vida. Talvez pelo fato desse sentimento aparecer habitualmente com certa surpresa, a possibilidade das perdas não costuma habitar a consciência das pessoas afetivamente bem. Dessa forma, o mais comum é que as pessoas estejam despreparadas para a perda. A tristeza é o sentimento mais comumente experimentado após a morte de alguém apreciado.

“O luto, de modo geral, é a reação à perda de um ente querido, à perda de alguma abstração que ocupou o lugar de um ente querido, como o país, a liberdade ou o ideal de alguém, e assim por diante. Em algumas pessoas, as mesmas influências produzem melancolia em vez de luto; por conseguinte, essas pessoas possuem uma disposição patológica”, diz Freud em sua obra Luto e Melancolia (1917).

De acordo com o livro, o luto afasta a pessoa de suas atitudes normais para com a vida, mas isso não é patológico, normalmente é superado após certo tempo e é inútil e prejudicial qualquer interferência em relação a ele.

A mortalidade é natural, o que realmente pode-se chamar de imortalidade é o sentimento, a consciência, impressos ou implícitos, que impactam as pessoas que, vivas, fazem questão de honrar e homenagear aqueles que partiram. Talvez desta para melhor. Quem sabe?