"O perdão é, basicamente, a dispensa do pagamento de
uma dívida...", Polly Barros.
Quando tudo parece estar contra você, o que fazer? Ter serenidade? Minha
conta conjunta com essa virtude estourou seu limite. Nada que me impeça de
retirar um saldo, que está negativo. Pequenas coisas somatórias, como roubo da
mochila com documentos, celular que não funciona, pessoas querendo que você
seja o que não é... Isso debita direto na fonte.
Já estava prestes a jogar para o alto o que restou da minha humilde
economia sentimental, em favor de um investimento cuja escala moral é a
sarjeta, contudo, assinar um cheque em branco assim é muito arriscado. Perder?
Nem pensar!
Melhor guardar o talão, quebrar o cartão e diminuir as despesas com
pessoas que não acrescentam em nada, aliás, não vou gastar nem tempo com gente
estranha numa festa esquisita. Melhor assim. Ao menos não devo nada, muito
menos satisfação.
Esquisita a sensação de dever não cumprido. Mais ainda é explicar algo
que não interessa a absolutamente ninguém. Então, para desencargo de
consciência, eis aqui minha culpa: sou culpado de não admitir o preconceito; de
não descansar devidamente quando necessário; de não ler o jornal inteiro todos
os dias; de ter vícios que a virtude alheia condena; de não cumprir prazos; de
rezar menos do que deveria...
Pronto. Falei! Se devo alguma coisa... Desculpem os credores, mas vou me
pagar primeiro. Que fiquem com o troco.