“Só aquilo que somos realmente tem o poder de nos curar”, Carl
Gustav Jung.
Que a dependência química é uma doença mental caracterizada
pela compulsão, como um desejo irresistível de usar drogas, muitos já sabem, o
que a maioria das pessoas não compreende é que o sujeito com esse transtorno, mesmo
querendo, não consegue parar de usar.
O psicólogo Frederico Eckschmidt, em artigo publicado recentemente
diz que “infelizmente, a doença mental é muito pouco conhecida para o grande
público. É comum pensar na doença como algo físico, que se pode ver ou sentir.
Mas e quando a pessoa não percebe? A dependência química é uma doença sutil e
de difícil detecção que, aos poucos, vai distorcendo o caráter do dependente e
adoecendo também os que estão à sua volta”.
O tratamento não é fácil e os poucos que conseguem completar
correm o risco de recair porque dificilmente cumprem com os encaminhamentos e
orientações feitos pelos técnicos e especialistas que cuidaram do dependente
durante a internação.
Para auxiliar no processo de manutenção da abstinência e
prevenção a recaída é fundamental que o tratamento envolva um processo de
manutenção pós-internação, uma rede que funcione como apoio para o dependente
químico.
Enquanto muitos acabam tratando o dependente químico como um
“caso perdido”, a conscientização de que
existe uma saída para o usuário de drogas deve ser multiplicada. A doença crônica
tem cura. Parece esquisito isso, mas já explico: a palavra “cura” vem do latim
cura, “ato de cuidar, de vigiar”; nesse caso, a cura no sentido de cuidar da
saúde.
Fácil de entender? Está feito o “milagre”. Com “cuidado” todos
os dias, claro!