terça-feira, 17 de novembro de 2015

Tragédias anunciadas



"A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa", Karl Marx.

Autores importantes nos alertam há tempos sobre aquilo que vem junto à contemporaneidade. No final do século XX e início deste a preocupação era com o que a globalização, neoliberalismo e busca desenfreada pelo lucro trariam juntamente com seu rastro tecnológico. Como uma eufórica calmaria chegam agora as tempestades.

O país ainda não atentou sobre a maior tragédia ambiental em solo brasileiro. O teólogo  Leonardo Boff alerta: "A humanidade como um todo está com febre e doente e deve decidir: ou continuar com seu ritmo alucinado de produção e consumo, sempre garantindo a subida do PIB nacional e mundial, ritmo altamente hostil à vida, ou enfrentar dentro de pouco as reações do sistema-Terra que já deu sinais claros de estresse global”.

Sem limpar os sapatos da lama mineira, os holofotes nacionais e internacionais se viraram para os atentados terroristas em Paris, sem mencionar o massacre na África. A Europa está sitiada, Minas Gerais sem água e os africanos desamparados e esquecidos como sempre. crises e tragédias pelo mundo todo. Todas com significados e importâncias distintas.  

Nada mais atual do que as formulações do psicanalista Sigmund Freud em 1929, em "O mal-estar da cultura" quando aponta a agressividade como obstáculo à civilização. A agressão humana ou ambiental nos afeta da mesma forma.

Outro psicanalista e filósofo Slavoj Zizek, denuncia na sua obra, "Viver no Fim dos Tempos", a crise ecológica, as consequências da revolução biogenética, os desequilíbrios do próprio sistema e o crescimento explosivo de divisões e exclusões sociais.

Perceber isso e ser indiferente ou não fazer nada é ser conivente com a desgraça.