"A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda
como farsa", Karl Marx.
Autores importantes nos alertam há tempos sobre aquilo que
vem junto à contemporaneidade. No final do século XX e início deste a
preocupação era com o que a globalização, neoliberalismo e busca desenfreada
pelo lucro trariam juntamente com seu rastro tecnológico. Como uma eufórica
calmaria chegam agora as tempestades.
O país ainda não
atentou sobre a maior tragédia ambiental em solo brasileiro. O teólogo Leonardo Boff alerta: "A humanidade como
um todo está com febre e doente e deve decidir: ou continuar com seu ritmo
alucinado de produção e consumo, sempre garantindo a subida do PIB nacional e
mundial, ritmo altamente hostil à vida, ou enfrentar dentro de pouco as reações
do sistema-Terra que já deu sinais claros de estresse global”.
Sem limpar os sapatos da lama mineira, os holofotes nacionais
e internacionais se viraram para os atentados terroristas em Paris, sem mencionar
o massacre na África. A Europa está sitiada, Minas Gerais sem água e os
africanos desamparados e esquecidos como sempre. crises e tragédias pelo mundo
todo. Todas com significados e importâncias distintas.
Nada mais atual do que as formulações do psicanalista
Sigmund Freud em 1929, em "O mal-estar da cultura" quando aponta a
agressividade como obstáculo à civilização. A agressão humana ou ambiental nos
afeta da mesma forma.
Outro psicanalista e filósofo Slavoj Zizek, denuncia na sua
obra, "Viver no Fim dos Tempos", a crise ecológica, as consequências
da revolução biogenética, os desequilíbrios do próprio sistema e o crescimento
explosivo de divisões e exclusões sociais.
Perceber isso e ser indiferente ou não fazer nada é ser conivente
com a desgraça.