“Não diferencio os cogumelos venenosos dos sadios, os
inços das ervas curativas. Como descobrir o que mata sem morrer um pouco por
vez?”, Carpinejar.
E quando alguém não consegue expressar-se? Aconteceu comigo
no fim de semana. A sensação de prisioneiro do próprio corpo. Querer falar sem
poder dizer nada. Num primeiro momento até a escrita foi comprometida (sempre
foi). Aquela impotência nível “hard”.
A perda temporária da sensibilidade, do ponto de vista
funcional, pode derivar de diferentes transtornos musculares ou nervosos e até
mesmo de problemas psicológicos. Que no meu caso, a paresia (deficiência parcial)
ocasionada por níveis de ansiedade e estresse, como diz o ex-presidente Lula, “nunca
visto na história desse país”.
Já alertava Lacan: “doenças são palavras não ditas”.
Queria ter xingado mais, gritado mais, mandar para puta que o pariu tanta gente
que esses berros ficaram entalados na garganta. As convenções sociais não me
permitiram e não poderia tomar um caminho diferente, o da anestesia que são os remédios,
as drogas, o pileque. Muita gente faz isso, mas não posso. Infelizmente.
Aos amigos um alerta: quem não se comunica se trumbica.
Aos inimigos, um poema de Mario Quintana: “Não tenho vergonha de dizer que
estou triste, não dessa tristeza ignominiosa dos que, em vez de se matarem,
fazem poemas: estou triste por que vocês são burros e feios e não morrem
nunca...”
Há mais mistérios no universo dos palavrões do que o
senso comum imagina, como diz uma reportagem da Super Interessante.
Gota D'água (Chico
Buarque)
Já lhe dei meu corpo, minha alegria /Já estanquei meu
sangue quando fervia / Olha a voz que me resta /Olha a veia que salta / Olha a
gota que falta / Pro desfecho da festa/ Por favor / Deixe em paz meu coração/ Que
ele é um pote até aqui de mágoa /E qualquer desatenção, faça não / Pode ser a
gota d'água...
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Ideologia em
estado puro
Se por um lado a ideologia é uma atividade que estuda a
formação das ideias tomando como ponto de ignição as sensações humanas em
relação ao meio ambiente, por outro, ela passa a significar também o conjunto
de ideias de uma época. O cinema, segundo o psicanalista esloveno, Slavoj Zizek,
é a ideologia em estado puro.
A força
A saga "Star Wars" mostrou nesta semana toda a
sua força em Hollywood na pré-estreia mundial de "Star Wars: Episódio VII
– O despertar da força" com um grande tapete vermelho por onde desfilaram
todas as suas estrelas. "Nos anos 1970 ninguém tinha nem ideia de que ia
acontecer quando começamos a rodar o primeiro filme", lembrou Harrison
Ford.
Kathleen Kennedy, presidente da Lucasfilm, destacou que
"a resposta geracional em torno da saga é algo único no mundo".
Também lembrou que as "mensagens universais" lançadas por essas
histórias, cheias de otimismo e esperança, não são muito frequentes no cinema
atual.
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Só Jesus!
“Religião não é coisa de gente tonta. É coisa de gente”,
pegando a chave de Mario Sergio Cortella, complemento que é coisa de gente que
quer dar um significado para a vida e de gente que quer dar valor (no sentido
mais capitalista e existencial possível) a ela.
48 horas
Nome de um filme policial dos anos de 1980, um
trapaceiro, interpretado por Eddie
Murphy, burla a lei para atingir seus objetivos... O simpático personagem inspirou
os brasileiros. Com manobra de aplicativos passaram por cima de decisão
judicial que bloqueia o WatsApp em todo o território nacional. Viva o
personagem, Reggie Hammond!
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Na lista!
“Recomendo como leitura inspiradora de férias o clássico
contemporâneo São Paulo: a fundação do universalismo”, Christian Ingo Lenz
Dunker.
Sinopse
A partir do
discurso do apóstolo Paulo, tido como o fundador do cristianismo, o filósofo
Alain Badiou formula uma investigação sobre os fundamentos do universalismo.
Para o intelectual francês, Paulo inaugura um novo discurso, distinto da
filosofia grega e da lei dos judeus, fundado na experiência e portador de uma
nova perspectiva, a universalidade.