“A Bienal permitiu abordar a preservação da vida, em todos os seus aspectos e também da literatura, de sua importância para a preservação do sentimento”, Sonia Luzia Coelho Machado.
Em 2008, a Bienal Rubem Braga se consolida. Sob a
curadoria do jornalista José Carlos Dias, uma equipe foi, pela primeira vez,
formada exclusivamente para cuidar dos preparativos da maior festa literária da
região sul do Espírito Santo. Foi nesta edição que a Academia Brasileira de
Letras (ABL) apelidou, carinhosamente, Cachoeiro de Itapemirim como a Capital
Brasileira da Crônica.
Lembro com saudade e carinho especial da II Bienal Rubem
Braga. Ela foi pioneira em vários aspectos. Nela houve a primeira edição
temática. “A Crônica e o Meio Ambiente”.
Além da sintonia com os assuntos em pauta na mídia global, resgatou o
pensamento ecológico de Rubem Braga considerado o primeiro autor que se ocupou
em descrever e refletir sobre o meio ambiente da região da bacia hidrográfica
do rio Itapemirim.
Momentos de muita emoção fizeram desta II Bienal
inesquecível. No ano anterior um cachoeirense foi destaque na 50ª edição do
Prêmio Jabuti, a mais tradicional premiação literária do país. Com a obra
"Rubem Braga – um cigano fazendeiro do ar", Marco Antonio de Carvalho
obteve o primeiro lugar na categoria "Biografia". Mas, faleceu em
junho de 2007, às vésperas do lançamento do livro.
Ele dedicou os últimos 12 anos de sua vida na organização
da biografia. Inclusive, enviou o manuscrito para amigos. Recebi o meu com o
título “Rubem Braga – nem Deus, nem Marx”. A editora achou melhor vender um
fazendeiro de apartamento do que um revolucionário sem bandeiras. Coisas do
capitalismo selvagem.
O lançamento aconteceu em dezembro de 2007, em Cachoeiro,
reunindo leitores, amigos e familiares do autor e de Rubem Braga. Para marcar a
data, amigos e leitores do escritor cachoeirense fizeram uma homenagem no
auditório do Shopping Cachoeiro. O evento cultural, organizado por Higner Mansur
e Claudia Sabadini, foi uma prévia das emoções que trariam a Bienal Rubem Braga
no ano seguinte.
Em meio a tanta gente bacana, durante a II Bienal em
2008, Zuenir Ventura, Antonio Carlos Sechim, Ziraldo, Bernadete Lyra, Ana Maria
Machado, entre outros... Destaco a participação da então secretária municipal
de Educação de Cachoeiro de Itapemirim, a saudosa professora Sonia Luzia Coelho
Machado.
Um evento paralelo, intitulado “Ambientes do Braga”, que
aconteceu no Pavilhão de Eventos da Ilha da Luz, nos dias 11 e 12 de junho de
2008, reuniu um número expressivo de pessoas. Professores e alunos da rede
municipal de ensino, em sua maioria, atraídos pelo propósito de refletir e
discutir sobre temas relacionados ao meio ambiente.
Sonia Coelho em suas palavras na abertura, disse que o
evento reuniu duas vertentes ao tratar o meio ambiente, assunto muito discutido
atualmente e que permitiu abordar a preservação da vida, em todos os seus
aspectos e também da literatura, de sua importância para a preservação do
sentimento.
Este sentimento de afeto continua vivo e a cada edição da
Bienal Rubem Braga é relembrado com carinho.