sexta-feira, 29 de abril de 2016

Outras bienais (III)


A III Bienal Rubem Braga surpreendeu porque reuniu grandes nomes da cultura nacional e as mesas falaram de assuntos da contemporaneidade

Em 2010 a Bienal Rubem Braga vai para a praça. A participação do público marcou a terceira edição, realizada entre os dias 7 e 13 de julho, em Cachoeiro de Itapemirim. As atividades desenvolvidas na Praça Jerônimo Monteiro, durante os sete dias da feira literária, atraíram 85.738 pessoas.

O público também prestigiou os debates sobre literatura promovidos por escritores novos e consagrados, músicos e roteiristas. Cerca de 760 pessoas compareceram às cinco mesas-redondas da bienal. Atraiu mais gente a que contou com a participação do poeta e músico Arnaldo Antunes, debatendo literatura e música.

Com as cinco oficinas oferecidas no evento, 249 pessoas aprenderam mais sobre a literatura. Destaque para a que trabalhou a relação da arte literária com o hip hop. Ministrada pelo rapper J3, ela atraiu 75 participantes.

Os shows de porte nacional no palco Rubem Braga, montado no meio da rua, contaram com a presença de cerca de 27 mil pessoas. A apresentação do cantor, compositor e violonista Toquinho atraiu aproximadamente 15 mil fãs para a Praça Jerônimo Monteiro, segundo estimativas, na época, da Guarda Municipal e da Polícia Militar.

Questões importantes sobre a literatura na contemporaneidade foi pauta em discussão na III Bienal Rubem Braga. O público participante teve a chance de interagir com expoentes da arte literária nacional, como Moacyr Scliar e Arnaldo Antunes, em mesas-redondas que fizeram parte de cinco dos sete dias do evento.

Na primeira mesa, as discussões foram sobre o tema “O mercado cultural, as novas mídias e a literatura”. O ator Michel Melamed, notório "provocador" durante o período que apresentou o programa Re[corte]Cultural (TVE), mediou a conversa entre os escritores Daniel Galera e Santiago Nazarian. A realidade do mercado editorial, com ênfase nos novos escritores, e publicações na internet foram alguns dos pontos abordados.

A literatura infantil também não foi esquecida. Com a participação do autor capixaba Pedro Nunes e de Flávio de Souza, criador e roteirista de programas televisivos de sucesso, como Castelo Rá-Tim-Bum(TV Cultura). A moderação da mesa foi feita pela contadora de histórias Benita Prieto, do grupo Morandubetá.

As interseções da arte literária com o cinema foram abordadas, na mesa que reuniu a publicitária Virginia Jorge, a pesquisadora Bernadete Lyra e Fernando Bonassi, roteirista com participação nos filmes Cazuza e Carandiru.

Moacyr Scliar falou sobre crônica na terra de Rubem Braga Gênero literário que consagrou o escritor cachoeirense Rubem Braga, a crônica não poderia ficar de fora das reflexões acerca da literatura. A mesa que tratou do assunto e contou com a participação especial do cronista Moacyr Scliar, que foi amigo de Rubem.

A relação entre literatura e música foi analisada no fim de semana, pelo músico e poeta Arnaldo Antunes (ex-Titãs), pelo músico Juliano Gauche e pelo jornalista José Roberto Santos Neves, autor de livros sobre música e primeiro biógrafo da cantora Maysa.

A III Bienal Rubem Braga surpreendeu porque reuniu grandes nomes da cultura nacional e as mesas falaram de assuntos da contemporaneidade. Deu-se início, a partir da III Bienal, as pautas importantes como as várias manifestações culturais que estão intimamente ligadas à literatura.

Fonte: Braga&Braga