sábado, 1 de outubro de 2016

O triste fim do palanque amarelo



“Qual é a simbolização da vida? O nascimento... De uma nova liderança, uma nova gestão, isso, sem dividir a mamadeira com oportunistas, porque há esperança. Isso vai refletir nas urnas”.

Setembro foi o mês marcado por duas situações: a campanha política e o suicídio. O setembro amarelo foi símbolo de prevenção do suicídio e também a reta final do sobe e desce nos morros, nas baixadas e nos distritos à procura do voto de última hora.

Talvez as duas coisas tenham mais em comum do que imagina nossa vã filosofia. Por exemplo: maioria dos políticos de carreira que se arriscou neste pleito, pelo menos em Cachoeiro de Itapemirim. Alguns subiram no “palanque amarelo” para cometer suicídio político no domingo.
Longe em ser uma campanha limpa, a causa da própria morte, por vezes, é um ato egoísta, sujo e perverso. O suicida político não é digno pena. Ao contrário, ele deve ser responsabilizado (na psicanálise chamamos de “passagem ao ato”) no dia 02 de outubro. Em outras palavras, a culpa é inteiramente de quem comete este “suicídio”, pois o candidato, que finge ser o coitado, foi causa de sofrimento de seus familiares, correligionários e, principalmente, por quem acreditou na vitalidade das promessas.

A campanha deste tipo de sujeito foi ao mesmo tempo um delírio e objeto de gozo megalomaníaco. 
O coitado, neste caso, seria o povo, no sentido de coito mesmo, se um destes descumpridores de promessas viesse a obter a procuração da maioria.  

A velha política não quer morrer, contudo arrisca-se ao precipício sem ligar para as consequências e o fim da história todo mundo já sabe. Basta ver as pesquisas de boca de urna.

O povo quer novidade. Sangue novo. Experiência se conquista com oportunidade. O eleitor é o brasileiro que vivencia na pele uma crise sem precedentes e está, justamente, à procura de uma força, de uma pulsão para a vida.  

Qual é a simbolização da vida? O nascimento... De uma nova liderança, uma nova gestão, isso, sem dividir a mamadeira com oportunistas, porque há esperança. Isso vai refletir nas urnas. E que aqui também jaz a incompetência em alguns setores, mas isso é pauta para outro artigo.      

A comparação talvez pareça mórbida, mas esta é a intenção. A política partidária neste país é uma vergonha internacional. Estes senhores candidatos à guilhotina em praça pública representam o que há de pior na política brasileira: a infidelidade.  Mas, ser fiel aos princípios individuais não conta? 
Não! Senão não existiria partido. E quem sou eu para julgar? Um mero eleitor que tem 20 anos de filiação partidária e, junto com o povo, ajudará na eutanásia de uma porção gordurosa destes políticos nas urnas.

E que venha o novo em outubro e que sepultem o palanque suicida de uma vez por todas!