A PEC do Inferno (241) é a cara do golpe
As medidas impopulares do governo ilegítimo do Brasil
apontam o que alguns já sabiam. Os políticos neoliberais profissionais estão
para as urnas como o óleo está para água. É fácil entender a matemática. Quem
não é eleito pelo voto não precisa de eleições. E quem vai pagar a conta da
Emenda Constitucional 241, mais conhecida como a PEC das Trevas? Os paneleiros.
Porque, num futuro não tão distante, elas, as panelas, estarão vazias. E sua
finalidade principal será a batucada.
Enquanto os deputados e senadores saboreiam jantares chiques
sem o que Temer no castelo do Conde Drácula, antes do impeachment (esqueceu
disso?) e antes da seita maligna que iniciou o fim do mundo, a mesa do povo não
vai precisar de 20 anos para acabar o feijão com arroz. Panela vazia oficina do
diabo. Chamaram e ele veio. Com toda fúria do tártaro.
Mascarado de “novo”, o regime fiscal para ajuste das contas
públicas é antigo. Segundo, Ruy Braga, Professor do Departamento de Sociologia
da USP, o retrocesso parece não ter fim. Cerca de 30 projetos de lei tramitam
no Congresso Nacional com o objetivo de eliminar ou limitar os direitos
trabalhistas. “Some isso aos ataques dos direitos previdenciários e a política
de austeridade imposta ao país por vinte anos”, disse em texto publicado na
Boitempo. E eu afirmo, a PEC do Inferno (241) é a cara do golpe.
Movimentos de psicanalistas, sociais, universitários e
outros já se posicionaram contra a PEC. Por isso, também assinamos a nota de
posicionamento contra Projeto de Emenda Constitucional 241. Gente, o caso é
grave. Todos os programas sociais, de saúde e educação serão afetados pelo
congelamento do orçamento durante 20 anos. Até 2037. Quem viver até lá será um
milagre. A não ser que tenha mandato.
De acordo com a nota, congelar recursos públicos para os
direitos fundamentais dos cidadãos equivale a negá-los. Isso pode ser feito por
outra via que não a asfixia dos recursos da área social. O que o País aplica em
saúde, educação e assistência social não é gasto, mas investimento. É
investimento com as mais altas taxas de retorno. Os economistas sabem desse
fato comprovado”, assinam os movimentos.
Por isso a Ação em Defesa dos Direitos Sociais tem o apoio da
Associação Psicanalítica do Estado do Espírito Santo (Apees), no qual me
orgulho em fazer parte. Nós não queremos apenas comida, diversão e balé, exigimos
maior debate sobre as decisões tomadas em salões aristocráticos.
O texto fala que há outros setores em que o corte de gastos
públicos pode ser feito sem violentar os direitos fundamentais dos cidadãos.
Isso deveria ser dever prioritário de um Estado Democrático de Direito. Ah...
Esqueci que não temos um.